Romaria
Renato Teixeira

É de sonho e de pó
O destino de um só
Feito eu perdido em pensamentos
Sobre o meu cavalo

É de laço e de nó
De gibeira, o jiló
Dessa vida
Cumprida a Sol

Sou caipira, Pirapora nossa
Senhora de Aparecida
Ilumina a mina escura e funda
O trem da minha vida

Sou caipira, Pirapora nossa
Senhora de Aparecida
Ilumina a mina escura e funda
O trem da minha vida

O meu pai foi peão
Minha mãe, solidão
Meus irmãos perderam-se na vida
À custa de aventuras

Descasei, joguei
Investi, desisti
Se há sorte, eu não sei
Nunca vi

Sou caipira, Pirapora nossa
Senhora de Aparecida
Ilumina a mina escura e funda
O trem da minha vida

Sou caipira, Pirapora nossa
Senhora de Aparecida
Ilumina a mina escura e funda
O trem da minha vida

Me disseram, porém
Que eu viesse aqui
Pra pedir em romaria e prece
Paz nos desaventos

Como eu não sei rezar
Só queria mostrar
Meu olhar, meu olhar, meu olhar

Sou caipira, Pirapora nossa
Senhora de Aparecida
Ilumina a mina escura e funda
O trem da minha vida

Sou caipira, Pirapora nossa
Senhora de Aparecida
Ilumina a mina escura e funda
O trem da minha vida

Sou caipira, Pirapora nossa
Senhora de Aparecida
Ilumina a mina escura e funda
O trem da minha vida

 

Recuperado e consolado, Inácio resolve sair de Loyola tendo como meta ir à Jerusalém e lá viver imitando os feitos dos santos. Vai primeiro, no entanto, em romaria até Montserrat, local comum de peregrinação, e lá passa uma noite em vigília aos pés da Virgem Maria. É aos pés do ícone terno da Mãe de Deus que Inácio depõe suas armas e armadura de cavaleiro. O guerreiro de Pamplona consagra sua vida à Virgem, resoluto a travar batalha mais nobre e alta: aquela da pacificação de si. "Me disseram, porém, que eu viesse aqui pra pedir, em romaria e prece, paz nos desaventos. Como eu não sei rezar, só queria mostrar meu olhar, meu olhar, meu olhar..."

03.08.23