German é um homem adulto, vive de “bicos”, mora num trailer no quintal da mãe, uma mulher muito difícil. Teve uma vida dura, as pessoas o ridicularizam, inclusive a mãe. Foi rejeitado a vida toda. Nem sabe ler muito bem. Mas, possui sensibilidade, conhecimentos, que nem seus amigos percebiam embora sempre estivesse pronto pra ajudar quem precisasse. A namorada de German é única que o vê com o olhar do amor e sabe perceber a beleza que ele é.

 

Margueritte mora num lar para idosos na mesma cidade de German. Os dois se encontram na praça da cidade e fazem amizade. Margueritte soube respeitá-lo e seduzí-lo com palavras. Com mansidão e com livros, abriu os olhos de German para o mundo e o significado das coisas.

 

Margueritte faz o papel de mãe e pai, pois vai apresentando o mundo a German pelo fascínio da Palavra. Ele um rejeitado, um ninguém, que mal sabe ler passa a se descobrir outro, a ter autoestima. Ela no drama do idoso, sem lugar pra ficar, cava pra sempre um lugar no coração de German.

 

O final é impressionante, pois ele se prepara para ler para Margueritte, quando ela não puder mais enxergar. Mais ainda, traz Margueritte para casa dele e é capaz de escrever, imortalizar o seu amor por ela num poema, além de se tornar o narrador da própria história.

 

O filme é uma lição de vida. Cabe bem aqui o papel do professor:

- Alguém que se aproxima, entra no mundo do outro com delicadeza e respeito.

- Alguém que a partir da vida da pessoa vai propondo caminhos e apresentando o mundo pela magia da Palavra.

 

 

Lucimara Trevizan

Equipe do Centro Loyola

01.02.2013