Do interior, quero
um vestido semeado de flores
a repetir em seus botões de vidro,
em suave reticência:
o musgo do beco
a luz pungente do meio-dia,
a praça,
a poesia de um cemitério pequeno...
Quero do meu interior
o caminho sombrio das entranhas
e seus quentes humores...
Do interior do interior
quero
a intensidade do fogo,
o sangue,
e deles
a coragem para os abismos.
Elizabeth Gontijo
in: De um segredo.