Livro: Das partes abertas. Ensaio sobre o gozo da matéria
Autor: Jonas Samudio
"Das partes abertas: ensaio sobre o gozo da matéria" é um ensaio híbrido que pronuncia uma experiência em diferentes vozes: ora voltadas ao "Livro da vida", de Santa Teresa, ora a uma leitura das dobras do vestido do Êxtase de Santa Teresa, de Bernini; ora, ainda, trata-se de uma tentativa de ensaiar o próprio gozo da matéria, como se ela o ensaiasse como dito, em um dos “paradoxos do gozo, sua tautologia” (trecho do livro). Até que os sinais se cruzam nas páginas do livro e na leitura que "busca pega o que a linguagem não pega isso que também é escrita eis talvez a matéria" (trecho do livro).
Lançamento do livro dia 28 de agosto, às 19h30, no Centro Loyola.
Autobiografia gastronômica
Autor: Francys Silvestrini Adão SJ
Saberes e sabores são os ingredientes principais desta obra, que não é um caderno de receitas, nem um manual que tenha a pretensão de dizer o que você tem de fazer, entregando-lhe um projeto pronto, previamente preparado por outros. Há muitas formas de lidar com a comida e com a vida! A proposta deste livro está mais próxima de um “menu-degustação”: no diálogo do autor com a reflexão de um sociólogo da alimentação criativo e inquieto, Carlos Alberto Dória, pouco a pouco cada leitor e cada leitora serão provocados a compreender, a contar e a projetar a própria história, de modo único e incomparável, a partir de sua relação com os outros, mediada pelo mundo da comida. Esse é o sentido sugerido pelo título deste livro: Autobiografia gastronômica. Boa leitura e bom apetite!
O autor: é padre jesuíta e professor de Teologia na Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (FAJE-BH). É mestre (PUC-RJ, 2013) e doutor (Centre Sèvres-Paris, 2019) em Teologia. Dedica-se aos estudos de uma nova abordagem teológica, denominada “Teogastronomia”, em diálogo com as Ciências da Alimentação.
O autor: é padre jesuíta e professor de Teologia na Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (FAJE-BH). É mestre (PUC-RJ, 2013) e doutor (Centre Sèvres-Paris, 2019) em Teologia. Dedica-se aos estudos de uma nova abordagem teológica, denominada “Teogastronomia”, em diálogo com as Ciências da Alimentação.
Título: Autobiografia gastronômica
Subtítulo: Carlos Alberto Dória e a construção de um projeto culinário autêntico
Data de Publicação:30/04/2024
Edições Loyola
Livro: Influenciadores digitais católicos. Efeitos e perspectivas.
Editora Paulus
autores: Aline A. da Silva,Alzirinha R. de Souza, Fernanda de F.Medeiros, Moisés Sbardelotto e Vinícius Gomes
A partir de uma perspectiva diferenciada, esta obra apresenta uma instigante análise do fenômeno dos influenciadores digitais católicos no complexo ecossistema comunicativo e eclesial atual. Além de socialmente relevante, trata-se de um processo que afeta de modo direto o desenvolvimento da pastoral, da evangelização, da teologia e da comunicação eclesial. É também uma questão cultural, que atravessa as barreiras das religiosidades, uma vez que tais influenciadores alcançam e mobilizam pessoas comuns por meio de poderosas dinâmicas tecnológicas. O foco deste livro é justamente compreender em profundidade esse fenômeno e suas possíveis consequências socioeclesiais.
Os salmos são orações poéticas que foram musicados para uso religioso. Suas principais características são o lirismo e o ritmo das palavras e das ideias. Eles expressam a história do ser humano em busca do Deus vivo. Neste livro, Joan Chittister tece sensíveis reflexões sobre alguns salmos, oferecendo ao leitor um oásis espiritual em meio ao estresse deste mundo, que exige mais atenção do que a alma humana é capaz de suportar. Para isso, ela destaca um verso ou estrofe de um salmo, apresenta uma reflexão sobre o seu sentido, enumera alguns tópicos essenciais, apresenta uma história da sabedoria oral que o ilustra e propõe uma atividade relacionada a ele. Sua intenção é que possamos encontrar novas interpretações para esses belos textos, que falam sobre vida, o que significa ser humano, lutar e rir, sentir-se confuso ou deprimido, compreender e aceitar a si mesmo, discernindo e colocando-os na perspectiva do contexto que vivemos.
Reflexões sobre os salmos
Autora: Joan Chittister - Edições Paulinas
Livro: Barthes, Loyola e outros textos
de Carlos Rafael Pinto e Jonas Samudio
Editora Saber Criativo
O livro, entre ensaios e traduções, é composto por quatro textos. Na abertura, “Barthes, Loyola”, ensaio literário que o intitula, são convocadas as noções de biografema e logoteta para pensar a escrita, articulada ao corpo, de Roland Barthes, como ofegância, e de Inácio de Loyola, como claudicância; acompanha-o a tradução poética de uma página do “Diário Espiritual”, de Inácio de Loyola, “Uma página das lágrimas”, intimamente ligada ao ensaio que abre o livro. Textos que, conforme escreve Geraldo De Mori, SJ, na Apresentação, confluem para a interdisciplinaridade, movimento que “busca criar interfaces entre saberes, mostrando como do encontro e da fecundação mútua entre eles emergem novas formas de captar, entender e ler o mundo, tornando-o mais compreensível ou dando-lhe novos contornos” (p.10). Segue-se a tradução do poema “Granum sinapis”, o “Grão de Mostarda”, de Mestre Eckhart, junto ao qual se acresce o último ensaio, de título “Uma tradução pobre”, com anotações do tradutor, no qual, segundo Lucia Castello Branco, no Posfácio, “uma duplicidade se testemunha: trata-se do pensamento de Mestre Eckhart, sempre insondável, mas também do pensamento do tradutor e da própria tradução” (p.66).
Sobre os autores:
Carlos Rafael Pinto: Escritor, professor e, atualmente, pesquisador da obra de Carolina Maria de Jesus e dos estudos decoloniais, no doutorado em Teologia, na Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (FAJE-BH), com bolsa da CAPES
Jonas Samudio: Escreve, lê, corta, costura. Dedica-se às relações entre mística, feminino, poesia, tecidas no corpo e na escrita. Com livros e artigos publicados, atualmente, desenvolve pesquisa de pós-doutorado sobre as literaturas e os femininos, na UFMG (CNPq/PDJ)
Páginas: 70
Ano: 2023
Horas de Etty
Mariana Ianelli
Editora: cas’a edições
“Horas de Etty” reúne poemas inspirados no convívio de mais de uma década de Mariana Ianelli com os escritos da holandesa Etty Hillesum.
Cada poema cristaliza um momento importante da vida de Etty, que atravessou os anos finais da Segunda Guerra, em Amsterdã, munida de seus diários, além de livros de Rilke e da Bíblia.
Um livro que chama os leitores para o mundo interior dessa mulher que desejava ser poeta e que travou silenciosas batalhas consigo mesma até chegar ao campo de trânsito de Westerbork (norte da Holanda) e dali ser deportada para o Leste no começo de setembro de 1943.
Agora em 2023, completam-se 80 anos da morte de Etty em Auschwitz.
Lançamento do Livro em Belo Horizonte:
Dia 02 de setembro, de 14h às 16h, no Espaço a'mais, Av. Brasíl, casa 2, Santa Efigênia.
Livro das Delicadezas
O mundo de Maria Amada
Frei Alano Porto de Menezes OP
Editora Vozes
Esta é uma obra delicada e terna, que narra a história de uma monja carmelita camponesa, nascida nos sertões de Pitangui e Dores do Indaiá. Sua presença mais dedicada se deu no Carmelo de Juiz de Fora, exercendo ali uma singular experiência mística, irradiando sua fé e alegria para todos os que tiveram o privilégio de acompanhar a vida das carmelitas na cidade mineira. Toda a sua trajetória foi de entrega aos cuidados de Deus, com simplicidade e receptividade encantadoras.
O presente livro traz as histórias de Maria Amada com o sabor magnífico do ritmo mais cotidiano da vida simples que vem do interior de Minas. Com sua capacidade de maravilhamento, esta “monja zen” fazia de sua vida o gesto simples do bem viver, revelando para todos o sonho de um carmelo leve, delicado e profético.
Live de apresentação do livro: clique aqui
Dança no alto da chama
Poemas de Mariana Ianelli. 66 páginas.
Editora Cousa
"Esse livro é de jorros, de brotamentos e algo também de mistérios e muito também de marulha dos júbilos. É aventura-princípio de nossos ínfimos imensos, dos céus de outros mundos, que sabem a viagens e silêncio contando do que (nos) observa. Entre guardados: meteoritos, ousadias, erupções, fortunas. Entre segredos: brancuras, lodos, cerimônias dos tons proliferados. E o que faz tremer dessagrados e até as águas; e o que sagra a palavra vasta, pintada, úmida, desbragadamente doce a penetrar, a deixar-se estar espessamento e chama. Eis porque toda noite. Eis porque a fruta se prova".
(Das palavras de Luci Collin)
Livro: A COSTURA
Tradução: Joana Angélica d'Avila Melo
Selo: Pequena Zahar
O que há no lado de lá da vida? Por entre linhas, bordados, tramas e costuras, a menina Lila conduz os leitores em uma aventura fascinante em busca do que se perdeu no lado de cá e do que acontece no avesso do mundo.
Lila é uma menina criativa, sonhadora e um pouco distraída. Sua mãe sempre reclama que ela deveria cuidar melhor de suas coisas pois vive perdendo tudo. Lila, então, imagina uma teoria de que os sumiços acontecem porque, com o tempo, nosso mundo deve ter produzido alguns buracos nos quais seus objetos acabam caindo. Suas chaves, guarda-chuvas e lápis de cor estariam, provavelmente, no Lado de Trás do bordado da vida, um lugar misterioso que sempre despertou a curiosidade da menina. A solução seria, então, fechar esses buracos no mundo costurando cada um deles. Esse é o começo de uma grande confusão!
A costura foi criado originalmente para o projeto Palestinian Art History as Told by Everyday Objects, produzido pelo Palestinian Museum. É inspirado nos bordados tradicionais da cultura palestina.
Indicado para leitores a partir dos 6 anos.
Livro:
autor: Fabrício Veliq Barbosa
Edições Loyola
O livro trata da relação entre a pneumatologia (o estudo acerca do Espírito Santo) e o diálogo inter-religioso, a partir da pneumatologia de Jürgen Moltmann. Ao longo do texto, o autor apresenta diversas interpretações que foram dadas acerca da ação do Espírito ao longo do texto bíblico, e da história cristã para, posteriormente, analisar as diversas tentativas de se abordar o diálogo inter-religioso pelo viés pneumatológico. A partir das análises feitas, propõe um novo critério de discernimento para a ação do Espírito nas outras religiões, que vem a ser a afirmação da vida em sua integralidade, ou seja, ali onde a vida é afirmada em todas as suas formas, ali se faz presente o Espírito de Deus, que é Espírito de Vida.
Fabrício Veliq Barbosa
Livro: Mística Cristã. O mistério de Deus na vida dos cristãos
Autor: Pe. Mario de França Miranda SJ
Editora Paulus
O cristianismo costuma ser visto pela sociedade em seu aspecto exterior, institucional, complexo, que implica doutrinas e teologias, ritos e práticas religiosas, autoridades eclesiásticas, organização e atividades pastorais, e essa percepção também é partilhada por muitos cristãos. Entretanto, trata-se de uma visão unilateral e mesmo falsa do cristianismo: a presença e a atuação do próprio Deus nos cristãos e nas cristãs é o fenômeno que constitui, por assim dizer, o próprio coração do cristianismo. E Deus é mistério infinito para os humanos, já que sua inteligência só pode captar, entender e definir o que é finito e limitado, e a vivência desse mistério é o que denominamos a vida mística do cristão.
Livro: O Menino, a Toupeira, a Raposa e o Cavalo
Editora Sextante
Autor: Charlie Mackesy
O livro conta a história de um menino solitário que encontra uma toupeira, passam a andar juntos, contemplando o desconhecido, e encontram uma raposa.
Nunca é fácil para uma toupeira encontrar uma raposa, essa que fica quase o tempo toda silenciosa e cautelosa porque já se machucou demais.
Após isso, o grupo encontra um cavalo muito grande, mas também muito gentil.
Ao longo do livro eles vão falando sobre sentimento, solidão, medos, sobre aceitação, sobre confiar uns nos outros e, principalmente, sobre amizade.
Assista a apresentação do livro no canal do youtube da Editora Sextante:
Editora Olho de Vidro
A mãe escolheu para a filha um nome que era um canto de pássaro, mas a menina nasceu em uma terra de pássaros quietos. Toda música quem tocava era o homem do realejo. Ai de quem cantasse qualquer coisa diferente. Ai de quem inventasse alguma nova brincadeira. Ai de quem quisesse qualquer coisa por querer. A menina era só silêncio. Escrito por uma autora brasileira e ilustrado por uma artista iraniana, o conto é dedicado às crianças em terra de pássaros quietos, para que cantem alto e longe um canto que atravesse desertos.
Nasceu em Teerã, no Irã. Sua paixão por cores e traços a fez escolher o mundo das artes para se expressar. Estudou Design Gráfico e Ilustração na Universidade de Arte de sua cidade natal. Em 2008, mudou-se para a Itália e, em 2015, veio para o Brasil. Desde então, mora em Curitiba, no Paraná. Ilustrou mais de trinta obras infantis, incluindo três que ela mesma escreveu. Foi selecionada para várias exposições importantes, como o Nami Concours, na Coreia do Sul, e a Bienal de Ilustração de Bratislava, na Eslováquia. Em 2014, seu livro "Do not open this book!", em parceria com Fatima Sharafeddine, recebeu uma menção especial no Prêmio BolognaRagazzi, da Feira do Livro Infantil e Juvenil de Bolonha, na Itália.
A escritora paulistana descobriu o prazer de ler em casa, por volta dos catorze anos, desbravando a biblioteca da mãe. Formada em Jornalismo, fez mestrado em Literatura e Crítica Literária na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Com vinte anos, publicou sua primeira coletânea de poemas. De lá para cá, vieram mais doze livros de poesia, três de crônicas e dois infantis. Deve à sua filha, ainda pequena, a redescoberta da infância em sua realidade mágica.
A emancipação política brasileira decorreu de um longo e conflituoso processo, desenvolvido em várias regiões do país e que teve diversos atores. Episódios esses escamoteados em favor de uma história oficial ainda muito europeia, pacífica, masculina e unificadora, que encontrou no Sete de Setembro seu mito fundador.
Tomando como ponto de partida farta coleção imagética, que tem como elemento central o famoso quadro de Pedro Américo sobre o "Grito do Ipiranga", Lilia Moritz Schwarcz, Lúcia Klück Stumpf e Carlos Lima Junior analisam a formação complexa de nossa identidade nacional e a transformação do motivo retratado na obra de Américo em símbolo do rompimento com a Coroa portuguesa.
Das tensões do Segundo Reinado e rivalidades entre Rio e São Paulo à ditadura, chegando ao governo bolsonarista, este livro evidencia o percurso histórico que contribuiu para silenciar outras narrativas possíveis para a Independência, suscitando o que os autores chamam de "uma política de sequestros", que tem como origem o Sudeste, os paulistas e, posteriormente, os militares.
Friedrich W. J. Schelling (1775-1854) nos permitiu repensar as relações entre arte e natureza, tema clássico da tradição estética e artística. Para ele, a natureza é uma força produtiva que se expressa nos minerais, nos seres vivos e nas obras de arte feitas pelos organismos humanos. O artista consegue, por meio de suas criações, moldar o aparente caos da natureza, resultando em belas obras, da mesma forma que a mente divina organiza o caos da matéria, tendo como resultado o mundo em que vivemos.
Um dos conceitos mais fecundos dessas reflexões estéticas de Schelling é seu conceito de mímesis, que apresenta uma dimensão ecológica, uma vez que nos faz pensar que a natureza deve ser compreendida em sua grandeza e impulso produtor, e não apenas como algo estático, inerte. Com essa visão, o filósofo romântico abre a possibilidade para um diálogo com a pintura abstrata (da qual tomamos como exemplos Wassily Kandinsky e Paul Klee) e com a estética moderna do século XVIII, na qual já se começa reconhecer a natureza como algo a ser transformado, e não apenas imitado.
Sobre o Autor: Gabriel Almeida Assumpção
Gabriel Almeida Assumpção é Doutor em Filosofia pela UFMG (2020), bolsista de Pós-Doutorado Júnior do CNPq, pesquisador de Friedrich von Hardenberg (Novalis) na Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). Trabalha especialmente com o pensamento de Friedrich W. J. von Schelling, Novalis, Vittorio Hösle e Mihaly Csikszentmihalyi. Foi professor na Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia; atualmente é Professor Adjunto I na PUC-Minas. É autor de vários artigos, tradutor de importantes obras no campo da filosofia e editou o volume Filosofia da Natureza e Filosofia do Mundo, parte do projeto “Obra filosófica inédita de Henrique Cláudio de Lima Vaz”, publicado em 2022 por Edições Loyola.
A busca por um novo humanismo está em questão. Numa época em que se fala de fim do humanismo, em pós-humanidade, em humano pós-humano, em transumanismo, ainda é pertinente falar em humanismo? A narrativa biográfica do conceito humanismo, em seus desdobramentos históricos, ainda possui forças para engendrar um humanismo grávido de novas possibilidades para a sociedade contemporânea? As ideias e as ações de Papa Francisco apontam para a aurora de um novo humanismo? Esses e outros instigantes questionamentos, encontramos discutidos no livro “O Novo Humanismo: Paradigmas civilizatórios para o século XXI a partir do Papa Francisco”(Paulus, 2022), organizado pelo NESP PUC Minas (Núcleo de Estudos Sociopolíticos – www.nesp.pucminas.br) com a coordenação do Professor Dr. Robson Sávio.
O livro nos leva a pensar: Um projeto humanista hoje é possível? A pergunta é pertinente. A contemporaneidade não se cansa de colecionar críticas a toda perspectiva que se diga humanista. Defender o humanismo hoje é uma tarefa difícil. Por isso mesmo, ver como um projeto humanista que está acontecendo na reflexão e na ação do Papa Francisco é fascinante.
A reflexão e ação constantes do Papa Francisco são um projeto humanista sendo realizado na melhor acepção do termo. Suas palavras, suas viagens, suas ações, suas preocupações, suas intervenções políticas e religiosas demonstram isso. Papa Francisco coloca seu papado, sua missão sempre e eficazmente na esteira desse projeto denominados por alguns de humanismo integral. Seus discursos nos dão o arcabouço teórico de sua ação humanizadora.
Nos textos de Papa Francisco, três olhares são sempre propostos: um olhar inquieto (crítico), um olhar esperançoso (construtivo) e um olhar universal (includente). Por exemplo, o modelo da encíclica Laudato si’ é paradigmático. Nessa encíclica, o Papa Francisco propõe resgatar um humanismo cristão, católico, por isso mesmo universal, descentrado de uma antropologia estreita, mas aberto ao que ele chama de “cuidado com a casa comum”.
Um novo humanismo? Um humanismo clássico reinterpretado? Um humanismo católico atento para com a realidade atual? Um humanismo da hospitalidade? Um humanismo da vida? Um humanismo integral? As denominações para a ação transformadora do Papa Francisco são muitas. No entanto, todas elas apontam para um “novo humanismo, que coloque fim ao analfabetismo da compaixão e ao progressivo eclipse da cultura e da noção de bem” (FRANCISCO, La irrupción de los movimentos populares, 2019), assim define o próprio Papa. Um humanismo consciente de que tudo está em relação, tudo está interligado.
Papa Francisco, como um dos poucos líderes mundiais a ter uma voz profética e respeitada no mundo contemporâneo, clama por um humanismo que gere uma transformação social e que lute por um estilo de desenvolvimento justo e inclusivo, aberto e acolhedor, religioso e pragmático. Os temas dessa incidência propositiva do Papa Francisco são muitos. Ele fala com crianças e idosos. Partilha suas preocupações com famílias e com defensores de grupos minoritários. Faz catequese e discursa em fóruns mundiais. Visita países e presidentes e faz refeições com pessoas em situação de rua. Visita presídios e hospitais. Fala em escolas infantis e universidades. Encontra-se com seminaristas e bispos. Reza com católicos fervorosos e crentes de outras religiões. Defende os valores ocidentais e cristãos, abre-se atentamente à escuta das outras visões de mundo. Preocupa-se com a educação, propondo um Pacto Educativo Global; com a economia, instigando os economistas a pensarem uma Economia de Francisco e Clara; e com as pastorais sociais e movimento populares. Ao defender para todos “terra, teto e trabalho”, defende a democracia, os movimentos sociais e a ética na política.
Lutando pela justiça socioambiental e por uma economia que vise ao bem comum, o Papa Francisco prioriza as zonas de fronteira da sociedade e as periferias. Não escapa de sua atenção a Amazônia, os movimentos sociais, as vítimas de todo tipo de abusos, as novas comunidades cristãs, as religiosas e os religiosos tradicionais. Ora, os exemplos são muitos, variados e consoladores. No encontro com as realidades e as pessoas, o Papa Francisco encarna o humanismo em sua acepção mais humanizadora.
Portanto, o livro O Novo Humanismo: Paradigmas civilizatórios para o século XXI a partir do Papa Francisco, nos apresenta um humanismo herdeiro de uma biografia clássica, uma história instigante, mas grávido de possibilidades humanizadoras. E, especialmente, que faça jus a nossa vocação mais profunda: buscarmos sempre e de modos renovados habitar humanamente na esperança.
Elton Vitoriano Ribeiro SJ é professor e pesquisador no departamento de Filosofia, e reitor da FAJE.
(Trechos do capítulo: Habitar humanamente na esperança do livro O Novo Humanismo: Paradigmas civilizatórios para o século XXI a partir do Papa Francisco (PAULUS, 2022) – Para conhecer a publicação veja: <https://www.paulus.com.br/loja/appendix/6841.pdf> ).
Livro: Poemas Orações. Para o cultivo da fé cristã adulta e o seguimento de Jesus hoje a partir do evangelho de Lucas.
Autor: Edward Guimarães
Editora: Pluralidades
A partir da experiência de fé e seguimento do autor, a partilha desses poemas orações tem a pretensão de favorecer na vida do leitor ou leitora o cultivo da fé cristã adulta e do seguimento de Jesus. Há muitas maneiras de saborear e utilizar estes poemas orações aqui reunidos: na oração pessoal; como forma de concluir o estudo de um trecho do Evangelho de Lucas; na catequese, depois da leitura do texto bíblico e da reflexão de fé, rezar o poema oração correspondente; e muitas outras maneiras que a Ruah Divina inspirar. Após a leitura de algum texto do Evangelho de Lucas, utilize o sumário deste livro, pois, os poemas orações estão organizados segundo a narrativa do próprio Evangelho, capítulo a capítulo. Além disso, no final de cada poema disponibilizamos o trecho do Evangelho que o inspirou e provocou. Desejamos, do fundo do coração, que cada poema oração aqui reunido contribua no seu cultivo diário da intimidade com Deus e da fé cristã adulta, na Igreja e na sociedade em que vivemos.
“Em América — um poema de amor, Mariana Ianelli abre um rasgo no tempo e no espaço, para nos revelar a força do amor. América, anagrama de Iracema, a indígena de José de Alencar. Um olhar para o mundo, sob as lentes dos amantes, em nove noites insones e quentes. O ritmo de suas palavras, que leva o leitor aos tempos pagãos, me fez lembrar o fluir dos cantos de ilusão do poeta argentino Nestór Perlongher”, diz Ramon Nunes Mello.
Mariana Ianelli é autora de treze livros de poesia, entre eles a antologia Manuscrito do fogo (2019), que marca 20 anos de poesia. Tem três livros de crônicas e dois livros infantis. Desde 2018 edita a página “Poesia Brasileira”, no Rascunho.
Escreve crônicas aos sábados na revista digital Rubem e no site Rascunho. América — um poema de amor e Moradas são seus livros mais recentes, de 2021, pela editora ardotempo.
EM ALGUM LUGAR DO INACABADO
Vladimir Jankélévitch e Béatrice Berlowitz
Introdução, tradução e notas: Clóvis Salgado Gontijo
Filosofia
Editora Perspectiva
SINOPSE
Em se tratando de grandes personalidades da cultura, especialmente aquelas com obras extensas, profundas e com muitas ramificações, um texto em forma de diálogo, com um mediador sensível e conhecedor da obra do interlocutor, torna-se uma grande porta aberta para se compreender seus pensamentos e importância. É este, precisamente, o caso deste livro, que descortina e ilumina a obra de Vladimir Jankélévitch ao trazer o diáfano, o transitório e o precário das coisas e dos homens, em sua filosofia plena de música e poesia, dirigido por Béatrice Berlowitz, discípula dileta, ao que se soma um estudo introdutório ao pensamento do filósofo pelo seu tradutor e estudioso, Clóvis Gontijo.
QUARTA-CAPA
No decorrer de 29 diálogos, Béatrice Berlowitz investiga os grandes temas que ocuparam a reflexão de Jankélévitch, a cada dia mais presentes e relevantes. Ao acentuar a precariedade, o inacabamento do ser, em termos artísticos e, principalmente, existenciais, o filósofo desnuda a transitoriedade fundamental, nossa e de nossa moralidade, daí a importância que tinham para ele a música, símbolo do tempo, e a morte. Em Algum Lugar do Inacabado é tanto uma privilegiada introdução a esse pensamento que não transige nem se deixa catalogar como a chance rara de ler um filósofo sintetizando a sua visão de mundo, suas ideias, seus interesses e as inquietações fundamentais que o acompanharam ao longo da vida.
Estimulado pela estrutura em diálogo, Jankélévitch abre seu domínio: o do intangível, da centelha passageira, do vago para a alma, da nostalgia. Assim, permite que o mundo secreto que reside no centro de seu trabalho flua. Falando de amor e humor, música e silêncio, moralidade e política, reminiscências e inocência.
VLADIMIR JANKÉLÉVITCH (1903-1985)
Graduou-se em Filosofia na Escola Normal Superior, em Paris. Lecionou no Instituto Francês de Praga e depois em Caen, Lyon, Toulouse e Lille até a Segunda Guerra Mundial, quando juntou-se à Resistência. Em 1947, retomou o posto de professor em Lille, indo em seguida para a Sorbonne, onde, entre 1951 e 1979, deu aulas de Filosofia Moral. É autor, entre muitas outras obras, de A Música e o Inefável (Perspectiva, 2018).
BÉATRICE BERLOWITZ
É filósofa e foi aluna dileta de Jankélévitch, que lhe dedicou a obra A Música e o Inefável.
Fé cristã e direitos humanos
Edições Loyola
Daniel Ribeiro de Almeida Chacon e Frederico Soares de Almeida (organizadores)
Do ponto de vista da fé cristã, proclamar e defender direitos é corresponder ao desejo do Deus Criador, que fez o ser humano à sua imagem e semelhança e sempre se revelou no mundo para que o direito à vida e à comunhão fosse afirmado. Este livro traz uma pluralidade de olhares sobre temas que demarcam a relação entre a fé cristã e os direitos humanos e é excelente fonte para iluminar ações de cristãos que empenham a vida nesta causa. Magali do Nascimento Cunha (Jornalista) Uma das pregações mais potentes durante as primeiras comunidades cristãs foi a de Paulo, quando esse apóstolo dialoga com a igreja local em Corinto. Naquele momento, ele prega a unidade a partir das identidades estilhaçadas, sustentando que o “santuário de Deus” eram eles mesmos. Os coríntios eram um povo grego e se dividiam em partidos pró-Paulo, pró-Apolo, pró-Pedro e pró-Cristo. Naquele contexto, Paulo insiste na cooperação como antítese da concorrência. Neste início do século XXI, vivemos novamente uma intensa fragmentação social e, não raro, um olhar obtuso sobre nosso destino e nossa condição social. Mais uma vez, cada identidade parece falar mais forte que o universal; as angústias e dilemas grupais obscurecem um projeto comum.
Este livro leva a marca da busca da Unidade na Diversidade. Relaciona fé cristã aos Direitos Humanos: duas dimensões que falam do universal a partir das experiências pessoais em meio a inúmeras pregações políticas de ódio, de divisão e perseguição aos diferentes, e da busca de sucesso individual que vivemos no Brasil. Nos capítulos que se seguem, topamos com uma “pluralidade de confissões cristãs, unidas, contudo, por um mesmo intento, qual seja, o da luta pela dignidade humana”. O conjunto deste livro nos oferece um vislumbre de unidade multifacetada, pela perspectiva da mulher, dos negros, das minorias sexuais, da realidade indígena, dos pobres, do diálogo inter-religioso, dos refugiados, dentre outros. Enfim, a Unidade na Diversidade, este desafio da aventura humana e da fé. Rudá Ricci (Cientista Político)
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