Distante, o olhar procura

as linhas entrelaçadas

no tempo dos tempos,

no esquecimento dos dias,

na raiz de um som primordial,

no rasto de vidas que se cruzaram.

Com a boca cheia de silêncios

clamo o vazio absoluto em minha voz

tão inacabada, tão sequiosa,

tão presa à garganta.

 

Graça Pires

De Uma claridade que cega, 2015 (Portugal)