Não sei por onde andas agora 
lembro-te cada vez mais longe
 em dias assim, de chuva, de noite
 fechado nisto que não mudou 
Vejo-te às vezes por essas ruas
 se por acaso chega o Outono
 ou dores antigas e maiores 
vejo-te às vezes por essas ruas
 E digo adeus, sincero, míope
 as sílabas todas do teu nome
 o único poema que sei de cor
 e grito cada vez mais longe 
 
Nuno Camarneiro