Mistura aventurosa entre cinema flibusteiro, "western" e horror, o novo capítulo da saga Disney "Piratas do Caribe" apresenta ao público o enésimo rival do corsário mais amado de sempre: Salazar (Javier Bardem).

 

Através de recorrentes "flashbacks" é reconstruído outro mosaico do passado de Sparrow (Johnny Depp), que descobrimos ter sido apelidado pelo temido caçador de piratas espanhol. Mas as surpresas, como é óbvio, não acabam aqui.

 

Eis que voltam à cena o capitão Hector Barbossa (Geoffrey Rush), ligado à bela astronôma Carina por um destino que se diria pouco "estelar"; e conclui-se com a entrada de Henry (Brenton Thwaites), que deseja libertar o pai do terrível encantamento que o mantém prisioneiro no navio fantasma "Holandês voador".

 

O duo Rønning-Sandberg dirige com mestria um filme de ritmo avassalador e com sequências subaquáticas memoráveis, incluindo a três dimensões.

 

Os efeitos visuais e especiais constituem a joia da coroa de uma rodagem que não negligencia nada, recuperando elementos da melhor tradição "western", passando pelo "filme de tubarões" até ao horror mais clássico, com uma memorável interpretação de Barden e o recurso a técnicas inovadoras que todas vívida e envolvente como nunca esta nova "armada das trevas".

 

Mas entre episódios rocambolescos, abordagens corpo a corpo com fantasmas e aventuras impossíveis, o que o novo capítulo da saga pretende acentuar é o tema da reunificação. E se o derradeiro desafio entre Sparrow e Salazar parece ser a fase crucial de um argumento tão rico como emocionante, na realidade são enquadrados em primeiro plano os laços consanguíneos e a necessidade do reencontro.

 

Entre o sacrifício posto em ato por um (improvável) pai como Barbarossa pelo seu único verdadeiro "tesouro", a filha Carina, e a corajosa missão concluída por Henry para reaver o pai (Orlando Bloom) e rever a sua família unida, eis Sparrow a recuperar a sua família e a regressar ao comando do seu galeão "Pérola negra".

 

Olhando para o todo, o filme confirma-se uma vez mais à altura das expetativas, sabendo dirigir-se a um público amplo e tocando temas tão profundos como as águas protagonistas.

 

Ainda que demasiado intenso e longo no final, "Piratas das Caraíbas: a vingança de Salazar" conserva o fascínio do tesouro a descobrir, considera a comissão da Igreja católica em Itália que analisa os filmes, acrescentando que o filme é «brilhante».

 

Nico Parente
In "Cinematografo"
Trad. / edição: SNPC
Publicado em 25.05.2017