A filosofia da crise ecológica de Hösle parte do princípio de que a filosofia não deve ficar indiferente ao destino do ser humano, mas ela deve ter o seu lugar no quadro de uma filosofia da história dessa cultura. Falar de ecologia é, também, entrar no campo ético no pensamento do filósofo, ciente de que o princípio segundo o qual somente máximas individuais resolvem o problema ecológico é falso. Por este motivo, também acredita que faltam reflexões sobre uma reorganização ecologicamente compatível com a economia atual. Hösle é influenciado por Hans Jonas (1903-1993), mas vai além dele nas reflexões de cunho político e jurídico, acrescentando uma ênfase na economia, uma lacuna na reflexão jonasisana.
Em sua filosofia da crise ecológica, fruto das palestras proferidas no Instituto de Filosofia da Academia das Ciências da então URSS no ano de 1990, a ecologia deve ser vista como um novo paradigma para a política. Sua crítica à cultura Ocidental vê com preocupação o consumismo exacerbado que já naquele tempo se mostrava latente, sendo, portanto, impossível manter tal postura sem que, com isso, haja um colapso no planeta. Como consequência de tal raciocínio, chega até mesmo a considerar o padrão de vida do Ocidente que tem o consumismo como regra enquanto algo não moral.
Hösle tem em mente o paradigma da economia como um responsável pela crise ecológica que afeta o planeta na atualidade. Diante do drama ecológico que vivemos, o autor, concorda com Ernst-Ulrich von Weizsäcker de que o século XXI viria a ser o século do meio-ambiente. Diante disso, um novo paradigma para as relações mundiais que deve substituir o paradigma da economia, segundo o filósofo: o paradigma da ecologia.
A obra conta com um estudo introdutório de Gabriel Assumpção e Fabrício Veliq, doutor egresso da FAJE e estagiário de pós-doutorado na mesma instituição.
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Gabriel Assumpção