Um passeio pela rua, uma viagem ou uma caminhada podem despertar a curiosidade do artista Mário Azevedo, que apresenta seu trabalho na Galeria de Arte BDMG Cultural pela primeira vez. A exposição Tudo sobre nada é a quarta edição da série desenvolvida pelo mineiro.
A mostra ficará aberta à visitação diariamente, de 17 de agosto a 22 de setembro, de 10h às 18h, inclusive sábados, domingos e feriados; às quintas, o horário é estendido, de 10h às 21h. O acesso é gratuito.
Um colecionador/arquivador nato, Mário se deu conta de seu acúmulo de obras – suas e de outros artistas – , livros, objetos e imagens arquivados. Mas, o que são fotografias guardadas? São como nada! “Um arquivo que você não acessa é um arquivo morto. Tiram-se mil fotografias e não se tem uma grande foto”, diz o artista.
Assim, Azevedo decidiu colocar à vista todo esse material antes de caráter particular, em uma série de livros-de-artista que planeja chegar a dez edições. As fotos são agrupadas por “temáticas”: 0 - “Neomonumentos”, 1 - “Escadarias”, 2 - “Gradeados” e 3 - “Quadrantes” Todas já foram editadas e expostas. Cheio de gosto pela simplicidade e pela monocromia, ou uma “paleta reduzida”, o artista explora as cores e formatos das imagens que fixa, resgatando seus motivos/arquivos, mental e afetivo.
Sua pesquisa parte de uma “anti-fotografia turística”, na qual se apega aos detalhes ao invés daquele todo, da visão panorâmica ou de grande abertura, construindo uma espécie de “visão total” a partir da acoplagem de pequenas marcas sígnicas da paisagem. “Através da fotografia analógica e digital, o olhar que proponho é reter as partes, para pensar em algo de outra natureza como aquilo que é inteiro”, conta.
Esse ato de procurar, observar, selecionar e montar o que não é facilmente visto e reconhecido, cada vez mais em desuso pelo ritmo acelerado das nossas rotinas de convivência com imagens ordinárias, ganha destaque na exposição que também valoriza certa delicadeza, uma leveza daquilo que é, de alguma maneira, ordenado e sensivelmente geométrico.
Ao todo, 50 imagens de 30x40 centímetros ocuparão a galeria, junto com 15 objetos de pedra, madeira e metal. Elas veem de matrizes que ocupavam 130 álbuns (e outros recantos do ateliê) e que agora são bem mais do que nada; são tudo aqui, contribuindo com uma espécie de protocolo para um outro olhar, um exercício de apuro visual, ao tornar acessível o que está oculto nessa nova maneira de ver os elementos do nosso mundo e de articulá-los com nossas vivências.
Conheça mais sobre Mário Azevedo
Mário Azevedo atua profissionalmente com desenho, gravura, pintura, objetos, fotografias e edições desde 1980. Seu trabalho mais recente com fotografias se deu, inicialmente, a partir de uma sequência de edições/exposições; Neomonumentos (2008) e, até agora, Tudo sobre nada.
O artista já expôs individualmente em Belo Horizonte, Ouro Preto, Juiz de Fora, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre. Foi premiado em salões de arte e mostras especiais, de caráter nacional e internacional. Ainda participou na produção e montagem de diversas exposições individuais e coletivas.
Mestre pela Escola de Belas Artes da UFMG, onde leciona desde 1994, elaborou esses trabalhos mais recentes a partir de uma proposta enquanto cursava doutorado no Instituto de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), com estágio na Université Jules Verne de Picardie, em Amiens, na França.
Trabalhou no Instituto Nacional de Artes Plásticas da Funarte e foi professor da Escola de Artes Visuais do Parque Lage no Rio de Janeiro. Na capital mineira, foi assistente e coordenador do setor de artes plásticas da Fundação Clóvis Salgado/Palácio das Artes e também lecionou na Escola Guignard da UEMG.
Visitação: 17 de agosto a 22 de setembro de 2019
Diariamente, inclusive sábados, domingos e feriados, de 10h às 18h
Às quintas-feiras, de 10h às 21h
Classificação livre
Telefone: 31 3219-8691
Entrada Franca