O orgulho é um erro que faz parte da nossa natureza, sendo que me é possível tornar-me maior do que esse sentimento que me faz sentir acima dos outros!
Quem é altivo não pede ajuda, prefere cair… levanta-se sozinho e em pânico pela possibilidade de alguém o ter visto a ser, afinal, igual a todos os outros. É uma espécie de condenação a uma vida solitária. Julgam-se acima, mas vivem abaixo dos seus semelhantes, em virtude de terem escolhido mostrar apenas aquilo em que se julgam bons.
Esconder os nossos males dá-nos força, espaço e tempo. Passamos a ouvir apenas os conselhos de quem pensa como nós… porque admitir que o mal é mal implica melhorar e isso, julgam os orgulhosos, é um processo apenas para outros: os fracos.
Não querem ficar a dever nada a ninguém. Chamam a isso liberdade, mas é apenas ignorância, pois quem não aceita que a vida feliz só é possível quando nos entreajudamos. Na verdade, o amor não é algo que suponha uma contabilidade comum, é até contraditório, porque só é mesmo meu aquilo que eu tiver sido capaz de dar!
Amar também é aceitar, abrir-se ao outro, ficar a dever-lhe muito, tudo… e ser feliz com isso, sem a preocupação de lhe retribuir cada coisa… apenas com a alegria de se ser amado com verdade e sem que quem nos ama espere algo em troca!
Não olhes para ti. Observa à tua volta e encontrarás muitos exemplos de vidas heroicas a que muito poucos dão atenção. Inspira-te na abnegação dos que são capazes de se esquecerem de si em favor do coração daqueles por quem lutam para amar.
Se julgas que és muito bom, nada precisas de fazer a não ser esperar que a vida e os outros te venham prestar vassalagem… nada disso acontecerá! Então, sentir-te-ás cada vez mais frustrado e injustiçado… ao ponto de te tornares vingativo e insuportável até para ti mesmo! Sai daí!
Não deixes que o orgulho te arruíne o tempo da única vida que tens aqui!
O orgulhoso é infeliz, porque nem ama nem se deixa amar.
José Luis Nunes Martins
in: imissio.net 19.04.24
imagem: pexels.com