Olhando o vento que abate as flores do jasmim-estrela
posso lhes dizer:
- não há morte.

Estranho paradoxo
para quem desde sempre  preparou-se  para o fim
que não há.

Um simples sopro no entardecer
esses jasmins no azulejo do terraço
e adeus fantasmas de minha infância
maldição dos púlpitos
angústias metafísicas.

Tudo é recomeço.

Espero que um carro de fogo me arrebate tarde dessas
e sem estremecimento
me dissolva de vez na eternidade. 
 
Affonso Romano Sant'Anna
In: Sísifo desce a montanha