Lá na Vila das Riquezas
As casas da vila,
sem reboco e sem beleza,
abrigam sonhos.
Os seus homens
e suas mulheres
com seus filhos
ao redor de si,
e seus cães e gatos
mansos,
dormindo sempre ao sol,
passam os dias e noites,
atravessam as misérias e
se ocupam só em viver.
E nem sempre é céu azul,
entre uma e outra tristeza.
As casas da vila,
lá onde as portas se abriram,
são mais ricas que as riquezas
porque elas ainda abrigam os sonhos,
e sonham com os cães e gatos ao sol.
E nem sempre é céu azul,
entre uma e outra tristeza.
André Merez