Talvez o tempo, por si só, explique a cada um

de nós o que é necessário para a felicidade.

Talvez a felicidade seja sempre outra coisa

que em cada idade se revela para que nos

esforcemos de novo, continuamente.

Há um amor guardado para cada fim. No limite,

já não podemos adiá-lo. Temos de amar sem

olhar a quem até que, olhando, o perfeito

desconhecido nos seja familiar. Até que se

invente uma família, tão pura e fundamental

quanto outra qualquer. A felicidade, afinal,

é possível, embora se esconda atrás de

um mundo de tristezas. Mas nenhuma tristeza

nos deve vencer. O destino de cada um é só

este: acreditar, mesmo quando ninguém mais

acredite.

Valter Hugo Mãe

em “O Filho de Mil Homens”