Boca Livre e Roberta Sá
Por toda terra que passo / Me espanta tudo o que vejo
A morte tece seu fio / De vida feita ao avesso
O olhar que prende anda solto / O olhar que solta anda preso
Mas quando eu chego / Eu me enredo / Nas tranças do teu desejo
O mundo todo marcado / A ferro, fogo e desprezo
A vida é o fio do tempo / A morte é o fim do novelo
O olhar que assusta anda morto / O olhar que avisa anda aceso
Mas quando eu chego eu me perco/ Nas tramas do teu segredo
Ê, Minas / Ê, Minas / É hora de partir / Eu vou /
Vou-me embora pra bem longe
A cera da vela queimando / O homem fazendo o seu preço
A morte que a vida anda armando / A vida que a morte anda tendo
O olhar mais fraco anda afoito / O olhar mais forte, indefeso
Mas quando eu chego / Eu me enrosco
Nas cordas do teu cabelo
Ê, Minas / Ê, Minas / É hora de partir / Eu vou
Vou-me embora pra bem longe
Descortinando as muitas paisagens, o poeta e seu olhar.
A vida é caminho, anúncio de um outro tempo que persiste na diversidade de cada dia.
Nas tessituras do desejo, o espaço do encontro e seus mistérios.
Fátima Fenati
Equipe do site