Estranho Rapaz

Maria Bethânia

Compositores: Roberto Mendes / Capinan

 

Quando ele chegou, o estranho rapaz,
seu olhar estrangeiro olhou para mim,
Eu nunca tinha ouvido a fala do amor, o frio o calor,
Eu logo entendi que quando o rapaz,
seu olhar estrangeiro olhou para mim,
Seu olhar estrangeiro falava uma língua que eu logo entendi,
senti no meu corpo uma coisa tao louca,
Que eu nunca senti, 
Ele olhava minha boca,
ele olhava meu corpo, ele olhava em meu seio,
olhava no meio, bem dentro de mim,
No princípio o perigo,
depois eu olhava eu olhava,
Não tinha receio,
Desejava queria no precipício,
abrir minhas asas desvendar o segredo,
Seu olhar penetrante,
invadia ofegante no meio de mim,
Rasgava o meu ventre o meu corpo inteiro,
me vendo por fora, me vendo por dentro,
do principio ao fim,
Depois me olhou, me olhou,
Me olhou de baixo para cima,
Em cima, embaixo, dentro de mim,
Me queimando, queimando,
O céu o inferno,
O paraíso é assim,
Onde passou tão pouco deixou,
Só um rastro de fogo queimando em silêncio,
O incêndio do amor.

 

Amor é a linguagem que nos faz compreender múltiplos olhares...

Olhar estrangeiro que docemente “invade” sem pedir licença e adentra todo ser, varre cada canto, vasculha cada curva, mexe com cada sentido, percebe cada sentimento e desperta!

O amor busca no olhar alheio reconhecer-se... permanecer. Desvela segredos, revela seus mistérios e torna-se sacramento.

 "O amor é quando a gente mora um no outro." Mario Quintana

 

Marcelle Durães

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