Trevo (Tu)

Anavitória 

Compositores: Ana Clara Caetano, Tiago Iorc

 

Tu, é trevo de quatro folhas / É manhã de domingo à toa
Conversa rara e boa / Pedaço de sonho que faz meu querer acordar / Pra vida - Ai, ai, ai

Tu, que tem esse abraço casa / Se decidir bater asa
Me leva contigo pra passear / Eu juro afeto e paz não vão te faltar - Ai, ai, ai

Ah, eu só quero o leve da vida pra te levar / E o tempo para, ah
É a sorte de levar a hora pra passear / Pra cá e pra lá, pra lá e pra cá
Quando aqui tu tá 

Tu, é trevo de quatro folhas / É manhã de domingo à toa
Conversa rara e boa / Pedaço de sonho que faz meu querer acordar / Pra vida - Ai, ai, ai

Tu, que tem esse abraço casa / Se decidir bater asa
Me leva contigo pra passear / Eu juro afeto e paz não vão te faltar - Ai, ai, ai

Ah, eu só quero o leve da vida pra te levar / E o tempo para, ah
É a sorte de levar a hora pra passear / Pra cá e pra lá, pra lá e pra cá
Quando aqui tu tá

Tu...

Ah, eu só quero o leve da vida pra te levar / E o tempo para, ah
É a sorte de levar a hora pra passear / Pra cá e pra lá, pra lá e pra cá
Quando aqui tu tá

É trevo de quatro folhas / É trevo de quatro folhas é (bis)

 

É na simplicidade que as coisas essencialmente belas se revelam.

O amor em todas as suas faces e fases... É ele (o amor) a grande sorte-felicidade (trevo de quatro folhas).

A simplicidade de uma presença que desperta os sentidos, o encantamento para a vida, alarga horizontes e amplia o olhar.

A delicadeza do afeto que acalma, acalenta e leva para passear...

A leveza e suavidade – é tempo de delicadezas!

Tempo de amar...

 

"O amor é uma companhia.
Já não sei andar só pelos caminhos,
Porque já não posso andar só.
Um pensamento visível faz-me andar mais depressa
E ver menos, e ao mesmo tempo gostar bem de ir vendo tudo.
Mesmo a ausência dela é uma coisa que está comigo.
E eu gosto tanto dela que não sei como a desejar.
Se a não vejo, imagino-a e sou forte como as árvores altas.
Mas se a vejo tremo, não sei o que é feito do que sinto na ausência dela.
Todo eu sou qualquer força que me abandona.
Toda a realidade olha para mim como um girassol com a cara dela no meio."

“O Pastor Amoroso”. In Poemas de Alberto Caeiro. Fernando Pessoa. (Nota explicativa e notas de João Gaspar Simões e Luiz de Montalvor.) Lisboa: Ática, 1946 (10ª ed. 1993). – 100.

 

Marcelle Durães

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