Despretensioso, com uma história que encosta na mesmice dos roteiros que circulam por aí, não fosse isso, além da assinatura do genial Woody Allen, é esse óbvio que faz o charme dessa película. Esse estratagema nos permite mergulhar na beleza misteriosa de uma cidade (Paris) que fala. Com uma fotografia e trilha musical primorosa, a história que se conta não é a das personagens (aliás, encontraremos com Dalí, Fiztgerald, Hemingway, Picasso...) mas a de Paris, no plural. A brincadeira de Allen varia entre a realidade e a fantasia, do hoje e do ontem. Meia-noite... ao invés da princesa virar gata borralheira, aqui o acontece é o contrário, ou melhor, subeleva-se. Paris que, de per si já é de tirar o fôlego, fica mais encantadora. MARAVILHOSO! Um dia chuvoso, debaixo da coberta, no calar da noite... Nesse clima eu pegaria esse filme pra ver!
Rodrigo Ladeira
15.02.2012