Somos feitos de infinito.
Então, que seja infinito o amor que nos une.
Seria ainda demasiado pouco amarmos segundo os critérios humanos: gostar de quem gosta de nós; gostar daqueles que nos tratam bem - esse é um amor bom, quentinho, agradável, mas ficar por aí seria viver um amor ainda imaturo, apequenado, incompleto.
Um amor dependente dos caprichos dos apetites, dos desejos, dos estados de humor, um amor dependente da familiaridade, ainda não está à altura de quem somos.
Claro que precisamos das nossas raízes e referências.
Afinal, estamos aqui enquanto humanos - e isso não é um acaso ou um acidente de percurso.
Ao mesmo tempo, relembremos que não somos daqui. Nunca fomos. Nunca seremos. Estamos de passagem. Logo, não estamos confinados a este corpo-mente nem a este mundo.
Então, ponhamos o amor à altura da nossa natureza primordial.
Que o nosso amor esteja à altura, à largura, à profundidade do infinito que somos.
Que seja, portanto, um amor desmedido!
É esse o tamanho do nosso amor.
João Delicado
In: Ver para além do olhar