Esbarro numa citação do poeta e ensaísta  T.S.Eliot (1888-1965) e não resisto à tentação de fazer dela a coluna desta quinzena. É suficientemente intrigante, o que faz com que cada um de nós, ao dar com ela, se sinta interrogado ou, ao menos, inquieto. Segue sem mais:

 

“Uma vez que somos humanos, o que fazemos deve ser bom ou mau; já que fazemos o bem ou o mal, somos humanos; é melhor, paradoxalmente, fazer o mal a nada fazer: ao menos existimos. É verdadeiro dizer que a glória do homem é a capacidade de salvação; também é verdade dizer que sua glória é a capacidade de condenação às penas eternas. O pior que pode ser dito da maioria dos malfeitores, de estadistas a ladrões, é que não são homens o suficiente para merecerem a condenação eterna(...). Baudelaire percebeu que o que realmente importava era o pecado e a redenção(...) e a possibilidade de condenação eterna é um alívio tão grande em um mundo de reforma eleitoral, plebiscitos, reforma dos sexos e do vestuário, que a própria danação é uma forma imediata de salvação – salvação do tédio da vida moderna, porque, ao menos, dá algum significado para a vida” (citado in, Kirk, R., A era de T.S. Eliot, São Paulo: É Realizações, 2011).

 

Para pensar na quinzena:

Para concordar, para discordar, temos aí material suficiente para pensar na quinzena.

 

 

Ricardo Fenati

Equipe Centro Loyola

15.08.2012