Desde a renúncia do papa Bento XIV e a eleição do papa Francisco, se intensificou a aspiração por uma reforma mais profunda na Igreja, condizente com o Concílio Vaticano II. Entre as mudanças, tornou-se uma prioridade a reforma da cúria romana. Então, em uma ação em conjunto, a equipe editorial da revista Concilium colocou-se imediatamente à disposição e buscou especialistas para dar subsídios ao plano de reforma da cúria. Assim surgiu esta obra, e os especialistas que se sucedem nestas páginas coincidem na necessidade de fortalecer o governo colegiado dos bispos e de ter a participação de leigos, especificamente de mulheres, no conjunto da burocracia e das responsabilidades de coordenação da cúria.
Autor: A. Melloni, C. Queiroz, W. Altmann, G. Mannion, H. Legrand, M. Faggioli, N. Tanner, P. Hünermann, S. Demel, T.j. Reese
Editora: Editora Vozes
Especificações: Brochura | 152 páginas
Que biografias são indispensáveis para o mergulho na vida e na obra de um artista isso não se discute. O passo além é que demonstra a relevância de cada um, como fica claro em 'A música de Milton Nascimento', do compositor belo-horizontino Chico Amaral. O autor se dedicou exclusivamente ao exame minucioso das canções que fizeram Milton ganhar o mundo.
Chico Amaral fez cerca de sete entrevistas com Milton, cada uma com cerca de três horas de duração, e optou por não transformar a montanha de informações em texto corrido. Adotou o formato pergunta e resposta, preservou a espontaneidade do registro e teve a boa ideia de inserir na conversa trechos de outras entrevistas (com Wagner Tiso, Eumir Deodato e Wilson Lopes, entre outros músicos).
A motivação para escrevê-lo partiu de um incômodo: “Vi problema no modo como a história da MPB é contada. Costuma-se dizer que, depois da bossa nova, o movimento mais importante foi o tropicalismo, mas a coisa mais inovadora que surgiu depois disso foi o Milton Nascimento. E não apenas em relação a diferenças, mas à evolução”. O trabalho de Chico é uma forma de esclarecer origem e influências da música de Milton.
Com prefácio do crítico Tárik de Souza, o volume traz dois ensaios escritos por Chico, além de discografia comentada e entrevistas centradas em Milton feitas por ele com Wagner Tiso, Nivaldo Ornelas, Nelson Ângelo, Tavinho Moura e Amilton Godoy.
MEMÓRIA INVEJÁVEL
Sabidamente tímido e reservado, Milton Nascimento recebeu Chico Amaral em sua casa, no Rio de Janeiro. “Surpreendentemente, ele falou bastante. Impressionei-me com a soltura dele”, conta o autor. Chico conseguiu se aprofundar em aspectos diversos da carreira de Milton, dono de memória invejável. Chega a se lembrar de conversas rápidas, sensações e passagens aparentemente sem grande importância vividas cinco décadas atrás. Isso esclarece muita coisa, como sua complicada relação com Tom Jobim. O livro traz DVD de 25 minutos, incluindo o depoimento de Milton.
Livro: A MÚSICA DE MILTON NASCIMENTO
De Chico Amaral
Editora Gomes, 96 páginas.
Entrevista do Papa Francisco ao Pe. Antonio Spadaro sj.
Editoras Paulus e Loyola
2013
Analisar a teoria criacionista por diversos vieses é o propósito dos professores de teologia Mario de França Miranda, da PUC-Rio, Mário Antônio Sanches e Cesar Kuzma, da PUCPR, organizadores do livro Age Deus no mundo? Múltiplas perspectivas teológicas. Publicado pela Editora PUC-Rio, em parceria com a Editora Reflexão, a obra é escrita por dez autores.
No capítulo “A ação de Deus no mundo segundo Karl Rahner”, o professor Mario França avalia uma frase de Rahner: “Deus atua o mundo e não no mundo”. O autor divide sua análise entre a ação de Deus na natureza e no ser humano, a partir do argumento de que toda realidade é manifestação de Deus.
A relação que existe entre Deus, o ser humano e o modo como acontece a ação de Deus no mundo é abordada no capítulo “A ação de Deus e sua realização na plenitude humana: uma abordagem escatológica na perspectiva de Jurgen Moltmann”, escrito por Cesar Kuzma. O autor descreve “ser cristão” como ter uma fé de advento, a espera do Deus que vem. Com isso, ele traça um paralelo direto com a teologia de Moltmann, a qual apresenta um Deus que vem ao encontro humano.
Mário Antônio Sanches fundamenta o capítulo “Evolução, diretividade ou acaso? Um diálogo entre teologia e biologia” em diferentes perspectivas teológicas no campo da criação e do desenvolvimento da espécie humana. Segundo Sanchez, Deus ama a criação como ela é e como ela se faz a cada instante, por isso não há um plano para ela ou uma determinada plenitude que ela tenha que atingir por mandato divino.
O livro reúne, ainda, artigos de mais sete autores: Mary Rute Gomes Esperandio (PUCPR); Sinivaldo Silva Tavares, OFM (Instituto Teológico Franciscano de Petrópolis); José Roque Jungues, SJ, (Unisinos); Haroldo Reimer (PUC Goiás); João Luis Fedel Gonçalves (Studium Theologicum, Faculdade Bagozzi e Vicentina); Wilhelm Wachholz (EST); e Geraldo Luiz de Mori, SJ (FAJE).
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19.11.2013
Livro: Deus, não sem nós
autor: Manuel Hurtado
Editora: Edições Loyola
Deus, não sem nós, o título desta obra, mostra a radical determinação do ser de Deus para nós. Essa determinação geral e plural só é possível por uma determinação concreta e singular, a do ser de Deus por e para os “pobres da terra”. Deus é Deus como Deus dos pobres e não de outro modo, condição de possibilidade da determinação do ser de Deus a ser para todos nós. “A humanidade de Deus” nos permite refletir essa determinação do ser de Deus a ser para nós a partir de sua determinação a ser para os últimos da história. Deus não quer ser Deus sem nós, porque ele não quer ser Deus sem os pobres. Esta obra quer esboçar sit venia verbo os fundamentos de uma “teologia dos pobres”.
Se os pobres estão implicados na definição de Deus, apenas é possível pelas mediações que constituem a economia do ser trinitário de Deus: a identificação de Deus ao homem Jesus pela Encarnação e a identificação de Jesus aos pobres pela solidariedade histórica com eles. Dessas duas mediações resulta uma terceira: a identificação do próprio Deus aos pobres, que não se dá da mesma maneira que a primeira, mas continuamente em “superabundância”, “excesso”. Deus não é sem Jesus e ele não é sem os pobres. Esse “não-ser-sem” determina intrinsecamente o ser de Deus, mas de um modo diferente num caso e noutro.
Manuel Hurtado, jesuíta boliviano, nasceu em 1967. É doutor em teologia pelas Faculdades Jesuítas de Paris (Centre Sèvres) e professor de teologia sistemática na Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (FAJE) em Belo Horizonte. Colabora também na Faculdade de Teologia da Universidade Católica Boliviana, em Cochabamba. Ministra o curso "Caminhos da Experiência espiritual e Mística" no Centro Loyola-BH.
Veja a apresentação do Livro, feita pelo autor:
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01.10.2013
Programas de busca, smartphone, aplicativos, rede social: as recentes tecnologias digitais invadiram com força nosso cotidiano. Entretanto, não apenas como instrumentos externos a serem usados para simplificar a comunicação e a relação com o mundo; na verdade, desenharam um espaço antropológico novo que está mudando nosso modo de pensar, de conhecer a realidade e de manter relações humanas.
A essa altura, o autor, Antonio Spadaro, se pergunta, e nos pergunta também: a revolução digital influencia de alguma forma nossa fé? Será que não se deveria começar a refletir sobre como o cristianismo deva ser pensado e falado neste novo cenário humano? Talvez seja hora de considerar a possibilidade de uma “ciberteologia” entendida como inteligência da fé (intellectus fidei) nos tempos da rede. Não se trata, porém, de simplesmente procurar na rede novos instrumentos para a evangelização, ou fazer uma reflexão sociológica a respeito da religiosidade na internet. Ao contrário – e aqui está a novidade pioneira de Spadaro –, trata-se de encontrar os pontos de contato e de interação produtiva entre a rede e o pensamento cristão. A lógica da rede, com suas poderosas metáforas, proporciona ocasiões inéditas para nossa capacidade de falar de comunhão, dom, transcendência. E, por sua vez, o pensamento teológico pode ajudar o homem na rede a encontrar novos caminhos em sua trajetória para Deus.
É um território ainda inexplorado que Spadaro aborda com um indiscutível conhecimento teológico e grande competência técnica, principalmente com o espírito de confiança na capacidade de o cristianismo e a Igreja estarem presentes onde o homem desenvolve sua capacidade de conhecimento e relacionamento. A rede é um contexto em que a fé é chamada a se exprimir não por causa de uma mera “vontade de presença”, mas uma conaturalidade do cristianismo com a vida do ser humano. O desafio, portanto, não está em como “usar” bem a rede, mas como “viver” bem nos tempos da rede.
***
Antonio Spadaro, padre jesuíta, é diretor da revista La Civiltá Cattolica e professor na Pontifícia Universida- de Gregoriana, na qual obteve seu doutorado em Teologia; consultor do Pontifício Conselho da Cultura e do Pontifício Conselho das Comunica- ções Sociais; e autor de muitas obras sobre cultura contemporânea e de ensaios sobre a internet. Em janeiro de 2011 criou o blog Cyberteologia.it (prêmio WeCa 2012), que mantém até hoje.
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04.09.2013
4. As linguagens das juventudes e da libertação
João Batista Libânio – Edward Guimarães
Editora Paulus
Nenhuma linguagem esgota a riqueza que irradia da pessoa de Jesus. Figura maravilhosa que há mais de 20 séculos tem fascinado milhões e milhões de pessoas: seguidores, pensadores, escritores, poetas, compositores, pintores, escultores e outros artistas. Cada geração tem mantido com ele contacto vivo, o interpretando com jeito próprio de falar, escrever e expressar por meio de alguma arte. Criam sempre novas maneiras de abordá-lo. Aqui buscamos apresentar algumas dessas expressões.
Eis o vol. 4 da série Linguagens sobre Jesus. O livro, organizado em duas partes, aborda as linguagens das juventudes e da libertação.
Na parte I, em sintonia com a Campanha da Fraternidade 2013, Juventude e Fraternidade, e no espírito da Jornada Mundial da Juventude, descreve e analisa a linguagem sobre Jesus das juventudes. Que linguagem sobre o “profeta crucificado e ressuscitado” lhes brota do coração, dos desejos, das canções e das expressões religiosas? Os jovens falam e falam muito sobre Jesus. Paremos um minuto para saborear-lhes as linguagens e sentir-lhes o pulsar do coração. Há enorme pluralidade de linguagens a mostrar-nos a mesma diversidade de perfis juvenis. A diversidade enorme dos tipos de jovens permite o surgimento de pluralidade de linguagem. Estas nascem da experiência de uns e, certamente, provoca e/ou alimenta a experiência de outros. Por meio delas, Jesus continua a ser encontrado de geração em geração e a provocar experiências de sentido para a vida.
O livro percorre maravilhosa gama de falas. Sonda os jovens do tempo de Jesus. Concentra-se, porém, nos de hoje. Lá estão os que revelam tendência tradicional. Outros manifestam toque carismático. Há aqueles que se proclamam religiosamente independentes, mas não esquecem a Jesus. E também não faltam os engajados socialmente. Nenhuma linguagem esgota a riqueza que irradia da pessoa de Jesus. Figura maravilhosa que há mais de 20 séculos tem fascinado milhões e milhões de pessoas: seguidores, pensadores, escritores, poetas, compositores, pintores, escultores e outros artistas. Cada geração tem mantido com ele contato vivo e o interpretando com jeito próprio de falar, escrever e expressar por meio de alguma arte. Criam sempre novas maneiras de abordá-lo. Aqui buscamos apresentar algumas dessas expressões.
Na parte II, abre-se então o campo para avançarmos a reflexão sobre a linguagem da libertação sobre Jesus. Perguntamo-nos acerca da linguagem sobre Jesus brotada na caminhada libertadora da Igreja da América Latina. Esta não se contentou em reproduzir, em seu seio, linguagens de outros Continentes. Bem pontualizava Henrique Vaz, ao dizer que chegara o tempo de gestar a Igreja-fonte e deixar de ser Igreja-reflexo. O mesmo vale da linguagem sobre Jesus. As linguagens tradicional, moderna e mesmo pós-Vaticano II se forjaram na Europa e de lá se irradiaram.
O livro mostra que no Continente latinoamericano produziu-se discurso diferente: libertador. Aqui gritavam vozes oprimidas à espera de palavras de libertação. Não bastava falar do Jesus da exegese moderna nem das pesquisas científicas que, sem dúvida, trouxeram muitas novidades. Fazia mister encontrar a linguagem de Jesus Cristo Libertador. A linguagem da libertação foca a relação entre Jesus e o Reino de Deus. Admira-lhe a liberdade e o tom profético. Termina mergulhando nas Comunidades eclesiais de base e aí beber-lhe a linguagem libertadora.
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01.07.2013
BETTO, Frei. O que a vida me ensinou, Saraiva: São Paulo, 2013.
No livro O que a vida me ensinou, Frei Betto, como nas diversas obras já publicadas, brinda-nos com instigantes e provocantes reflexões. O estilo do texto prende o leitor do início ao fim, pois, trata-se de conversa franca, amiga, concreta, cheia de entusiasmo e próxima do pulsar da vida. Dá vontade de interagir com o autor e dizer-lhe como vemos ou sentimos a vida também.
Nesta obra, por meio de doze recortes autobiográficos, o autor se desnuda e se dá a conhecer por meio da partilha de vivências profundas e impactantes de sua trajetória de vida. Em cada um deles, longe de ocupar simplesmente a centralidade do palco, convida-nos antes, a cada linha, a vencer o medo, olhar no espelho e avaliar a própria performance política na jornada da vida. Esta não tem ensaio. Acontece sempre ao vivo. Importa, portanto, o quanto antes, conhecermos a conjuntura, os sinais do tempo e do lugar onde atuamos e assumirmos corajosamente que a cada decisão, a cada passo... “cada um de nós compõe a sua história e cada ser em si carrega o dom de ser capaz e ser feliz”.
A cada linha explicita-nos a complexidade da realidade humana, em sua busca de realização e felicidade. A vida nos impõe exigências singulares. Se, junto com os demais seres vivos, coexistimos no mesmo planeta, a situação do ser humano revela-se original. Não nos basta sobreviver ou deixar a vida nos levar. Somos timoneiros do próprio barco e induzidos a assumir o leme e decidir a direção. Somos radicalmente indeterminados e abertos à transcendência. Além disso, a aventura da liberdade nos desafia, cotidianamente, a imprimir sentido à existência.
O dom da consciência ofereceu-nos oportunidades de desenvolver preciosas potencialidades específicas. Dentre elas merecem destaque as capacidade de: refletir sobre o caminho trilhado; admirar a beleza do caminho; tornar-se “eterno aprendiz”; desenvolver habilidades novas; guardar na memória afetiva experiências vividas, registrá-las, refletir novamente sobre elas e atribuir-lhes novos significados a cada balanço de vida; aguçar a sensibilidade diante da verdade, da beleza, da unidade, da bondade, da alteridade e, de modo muito especial, daquela que se encontra em situação vulnerável. A criança, o idoso, o empobrecido, o doente... somos interpelados social, política e eticamente ao contemplar o rosto humano. Somos impulsionados a amadurecer a capacidade de amar, responder, cuidar e promover a dignidade da vida.
No final, como cristão místico e militante e a título de conclusão, o autor nos oferece dez preciosos conselhos para quem deseja viver com autenticidade a religião no século XXI. Vale a pena conferir! Desejamos a todos boa leitura!
Edward Guimarães
Equipe do Centro Loyola
01.07.2013
O Pai-nosso aberto a crentes e não crentes.
Autor: José Tolentino Mendonça
Edições Paulinas, 2013.
“Qual é a vontade de Deus? A vontade de Deus é o Amor. O nosso único dever é o Amor. E, quando a gente diz: “Seja feita a vossa vontade”, sabe de antemão que isso significa: “Seja cumprido, atualizado, redesenhado o Amor”.
Estamos diante de um livro lindo! Além de profundo, poético, leve, é um livro para contemplar e meditar... O autor, que é padre e poeta português, nos coloca diante das grandes belezas-verdades da essência do cristianismo e da existência.
Veja abaixo parte da apresentação do livro:
Com este livro, José Tolentino Mendonça enfrenta um desafio corajoso e difícil: dirigir-se a crentes e a não crentes com as palavras do Pai-Nosso, a oração cristã por excelência, a que Tertuliano chamava "compêndio do Evangelho". O Autor capta no Pai-Nosso uma luz para o humano enquanto tal, uma direção para o seu caminho, enquanto ser humano, ainda antes das suas crenças e das suas pertenças confessionais.
A ideia que torna possível semelhante propósito é a de que esta oração exprime de tal modo a humanidade do homem que cada ser humano pode encontrar-se representado no Pai-Nosso. Nesta vontade de dirigir-se também aos não crentes há a madura convicção de que Jesus é "mestre de humanidade", de que o humano é espelho do divino, de que o ser humano é imagem de Deus e de que tudo o que é humano diz respeito ao próprio Deus.
Esta abertura ao outro - e também àquele que não pode, ou não consegue, ou não quer crer - produz um efeito de essencialidade e de simplicidade no olhar do autor, cuja visão da vida e da fé cristã emerge amplamente deste livro.
O autor percebe a dimensão universal do Pai-Nosso, onde a universalidade tem de confrontar-se com o fato de que cada ser humano é um filho. Cada ser humano tem uma interioridade, é um ser de desejo, precisa de pão e de perdão, luta contra o mal, habita aquela terra que, na ótica da encarnação, já não é o lugar que o separa de Deus, mas o único lugar do encontro possível entre o homem e Deus. Pela sua originalidade, está obra interessa a um amplo leque de leitores desejosos de viver, de modo mais autêntico, os valores humanos e cristãos.
Equipe do site
15.06.2013
Organizadores: João Décio Passos e Afonso M. L. Soares
Edições Paulinas - 2013
A renúncia do Papa Bento XVI seguida do Conclave e da eleição do novo Papa revelaram rupturas inesperadas na Igreja Católica, mesmo sendo a renúncia uma possibilidade prevista no próprio Código de Direito Canônico. A renúncia do Papa revelou vínculos implícitos com uma crise mais ampla e profunda na Igreja, o que impossibilitou o pontífice idoso de continuar seu mandato, conforme a tradição secular. E a mensagem ficou clara: deixar o papado para o bem da Igreja.
O livro quer refletir a novidade representada pela eleição de Francisco como bispo de Roma e traz, além de uma Parte intermediária de apresentação da biografia e do significado da eleição de Jorge Mario Bergoglio; uma 1ª Parte de análise da crise que precipitou a renúncia de Bento XVI e uma Parte conclusiva, com prospectivas do que poderá representar outra primavera na Igreja Católica, que promova uma volta às origens, retomando o caminho dos pobres e da pobreza como seu carisma fundante, por meio de uma reforma evangélica em plena fidelidade criativa ao Vaticano II. O livro conta ainda com prefácio de Dom Demetrio Valentini e posfácio de Dom Angélico S. Bernardino.
Participam do livro com reflexões interessantes o Pe. João Batista Libânio, Maria Clara Bingemer, Pe. Manoel de Godoy, Pe. Agenor Brighente e outros importantes teólogos e pastoralistas.
Equipe do Centro Loyola
01.06.2013
Autor: André Comte-Sponville
Editora: Martins Fontes
No livro Pequeno Tratado das Grandes Virtudes, de André Comte-Sponville, o autor retoma um modo de pensar caro aos gregos e que nunca esteve inteiramente ausente da tradição filosófica. Vendo na Ética um campo que singulariza a experiência humana, Comte-Sponville procura aproximar a reflexão da vida, e o faz através do conceito de virtude. Com Aristóteles ou com Spinoza, o que está em jogo é a busca do que faz da existência humana, ou da vida de cada um de nós, um exercício permanente do desejo de humanidade. Virtudes, cito o livro, “...que fazem com que um homem parecer mais humano ou mais excelente ... do que outro, e sem as quais... seríamos a justo título qualificados de inumanos”.
O Pequeno Tratado das Grandes Virtudes, de André Comte-Sponville, é parte da safra de livros de filosofia voltados, senão para o grande público, para leitores que dificilmente se ocupariam de textos em torno dos quais gravita uma formação acadêmica em filosofia. Versando sobre as virtudes - fidelidade, prudência, gratidão, humildade, compaixão e humor, entre outras -, o autor retoma um modo de pensar caro aos gregos e que nunca esteve inteiramente ausente da tradição filosófica. Vendo na Ética um campo que singulariza a experiência humana, Comte-Sponville procura aproximar a reflexão da vida, e o faz através do conceito de virtude. Com Aristóteles, cm os estóicos ou com Spinoza, entre outros, o que está em jogo é a busca do que faz da existência humana, da vida de cada um de nós, um exercício permanente do desejo de humanidade. Virtudes, cito o livro, “...que fazem com que um homem parecer mais humano ou mais excelente ... do que outro, e sem as quais... seríamos a justo título qualificados de inumanos”.
Ricardo Fenati
Equipe do Centro Loyola
15.05.2013
Sobre Educação e Juventude
1a. edição, 2013
Zygmunt Bauman
Zahar Editora
Nesse livro o sociólogo Zygmunt Bauman reflete sobre o destino dos jovens e o papel da educação e do educador na era da modernidade líquida, indicando alguns caminhos. Segundo ele, cabe ao educador fomentar o espírito crítico dos estudantes, fornecendo as condições para viverem em um mundo cada vez mais multifacetado.
"Em Sobre educação e juventude, o sociólogo Zygmunt Bauman, em diálogo com o italiano Ricardo Mazzeo, enfrenta os desafios da educação na sociedade contemporânea. Não se trata apenas de uma defesa genérica que costuma ser traduzida em termos de busca de mais recursos, ampliação da jornada, valorização dos professores e primazia do conhecimento, como se todos os males se devessem a um déficit no setor. Na verdade, o projeto de educação para o consumo é funcional e vitorioso, não sinal de uma derrota. Mudar a educação é um passo importante para a transformação da sociedade. Não se pode querer menos que isso". João Paulo Cunha
(veja o texto completo na seção desdobramentos).
Equipe do Centro Loyola
15.04.2013
Editora PUC-Rio - Loyola
Autor: Benjamim González Buelta sj
2013
Contemplar a realidade com novos olhares para descobrir a essência da vida, a fim de refletir a imagem de Deus. É o que defende Benjamín González Buelta SJ no livro Ver ou Perecer: mística de olhos abertos, publicado pelas editoras PUC-Rio e Loyola.
Buelta, padre jesuíta espanhol que reside em Cuba, instiga seus leitores a experimentem uma outra visão da realidade, de olhos abertos, para que descubram novas possibilidades de sentir Deus em um mundo tão fragmentado e difícil como o de hoje. Ver ou Perecer mostra a pedagogia deste olhar superando a cultura do negócio, da diversão, do desencanto ou da queixa.
Na primeira parte da obra é apresentado o desafio da aproximação contemplativa à realidade nesse mundo globalizado. Na segunda, aborda-se um itinerário contemplativo dos Exercícios Espirituais de Santo Inácio, que ajudam a perceber a presença e a ação de Deus na realidade. Uma presença divina que, de acordo com o autor, deve ser experimentada de uma maneira mais profunda e viva que os nomes de santos colocados nas esquinas das ruas ou as estátuas de pedra nas fachadas das catedrais.
“Não há possibilidade de respeitar a realidade sem deixar-se afetar por esta última beleza e força da vida que atravessa os séculos...O místico de olhos abertos se inunda na realidade sabendo que entra na misteriosa criatividade de Deus em cada pessoa e em toda a história...”. Benjamim Buelta sj
Uma delícia de livro, recheado por belos poemas!
Equipe do site
27.03.2013
A Igreja e a nova autonomia do laicato no século 21.
Autor: Renold J. Blank
Editora Paulus
168 páginas
Bom livro para ler ou reler nestes novos tempos para a Igreja. O autor analisa a realidade do laicato na sociedade atual e mostra que o leigo na verdade não é mais “leigo”, é sujeito da própria vida e quer agir na Igreja como protagonista.
O livro possui cinco capítulos, com linguagem fácil e esquemática, a saber:
I - "A tecno-metrópole informatizada e o seu produto mais recente: uma Igreja desafiada por um leigo que não é mais leigo";
II - "Os três obstáculos estruturais que se opõem a um verdadeiro protagonismo do leigo";
III - "Análise estrutural e conjuntural das três exigências para um verdadeiro protagonismo do leigo";
IV - "Obstáculos pessoais e estruturais que dificultam uma integração plena de todos os fiéis";
V - "O ideal de uma Igreja que no seu meio superou toda e qualquer dicotomia".
A classificação dos leigos em cinco categorias (estereótipos): ovelhas, consumidores, emancipados, resignados e revoltados (cf. p. 67) - não deixa de provocar a nossa reflexão sobre o papel dos leigos na Igreja.
Diz o autor sobre o livro:
“Quando escrevi o presente livro, alguns dos meus amigos me desaconselharam muito a publicá-lo. “É perigoso”, diziam. “A Igreja não permite e não aceita tais reflexões.” Assim, eles me advertiram. Não posso acreditar naquilo que os meus amigos disseram. Tenho de minha Igreja uma imagem nobre demais para ter medo. Ela é para mim aquilo que a água é para o peixe; e mais de 25 anos de trabalho nela me ensinaram a respeitá-la e a amá-la. Foi nesses anos que conheci a sua vitalidade. Vitalidade que a torna capaz de se transformar. Vitalidade que lhe permite realizar sempre novas reformas. Vitalidade mantida por um Espírito que se manifesta como Espírito transformador de Deus. Esta Igreja é capaz de mudar. E ela é capaz também de ouvir propostas que questionam. Ela não só é capaz de ouvi-las, mas também de concretizá-las. Esta Igreja, que amo e pela qual estou entusiasmado, é capaz também, hoje, de ser a grande proposta alternativa para o futuro deste mundo, como tantas vezes ela o foi no passado”.
RENOLD J. BLANK é licenciado em Letras, doutor em Filosofia e em Teologia. Leciona Escatologia, Teologia da Revelação e Antropologia na Pontifícia Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção, no Instituto Teológico de São Paulo (ITESP), no Centro Latino-Americano de Parapsicologia, em São Paulo, e na Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUCCAMP).
Equipe do site
15.03.2013
Autor: Pe. James Martin sj
Editora: Sextante
O livro A sabedoria dos jesuítas para (quase) tudo, do jesuíta norte-americano James Martin SJ acaba de ser lançado. Ele apresenta as questões mais relevantes da espiritualidade inaciana, compartilhando as experiências que vivenciou em mais de vinte anos dedicados ao trabalho na Companhia de Jesus.
Com uma linguagem simples e acessível, histórias bem-humoradas e casos curiosos, o autor mostra que a espiritualidade está entranhada nas atividades cotidianas e que é possível chegar a Deus por meio dos relacionamentos pessoais, do trabalho, das escolhas e dos desafios diários. “O caminho de Inácio nos ensina que não há nada que não faça parte da vida espiritual. Todos aqueles assuntos nos quais se evita tocar – dificuldades conjugais, uma doença grave, um relacionamento rompido, preocupações financeiras – podem ser abordados e examinados sob a luz de Deus”, defende Martin.
O livro permite que o leitor compreenda quem foi Santo Inácio, que legado ele deixou e como sua maneira peculiar de encarar o mundo pode ajudar a levar uma vida serena e prazerosa.
O autor apresenta a Espiritualidade Inaciana em uma grande variedade de tópicos, como: fazer boas escolhas, encontrar uma ocupação relevante, viver com simplicidade, pensar sobre o sofrimento e se esforçar para ser uma pessoa melhor. “Para os inacianos, tudo é um elemento importante da nossa vida. Isso inclui os cultos religiosos, a leitura da Bíblia, a oração e o cuidado dos pobres, mas também se estende aos amigos, à família, ao trabalho, aos relacionamentos, ao sexo, ao sofrimento e à alegria – assim como à natureza, à música e à cultura pop”, explica.
O livro é de leitura agradável e bom para quem quer conhecer a espiritualidade inaciana.
Equipe do site.
15.02.2013
Lya Luft
Editora Record - 2012
Seria o adulto uma criança que, ao perder a mágica de fantasiar, torna-se alguém incapaz de enxergar o que acontece diante do próprio nariz? Essa pergunta é um dos eixos a percorrer O Tigre na Sombra, novo romance de Lya Luft, primeira ficção longa da autora desde O Ponto Cego (1999).
O Tigre na Sombra é centrado na figura de Dolores, filha mais nova de uma mãe amarga e um pai dócil e aparentemente dominado. Nascida com uma perna mais curta do que a outra, Dolores cresce sem o afeto da mãe, para quem a deformidade da filha é quase uma ofensa, ligada muito mais às figuras fascinantes da avó – uma mulher romântica que incentiva as fantasias infantis da neta, e do avô, um ex-marinheiro cheio de histórias para contar.
É uma abordagem que, se lembra um pouco a de O Ponto Cego, narrado pelo prisma da infância, também retorna a dois elementos chave da obra de Lya: o ponto de vista feminino (no romance anterior, a voz era a de um menino) e a formação de uma identidade feminina em uma família problemática.
Dolores é chamada por toda a família de Dôda. Cresce como uma criança solitária, propensa a ver o mundo com olhar mágico: o barulho do mar, ensina o avô, é o murmúrio do mundo; faz amizade com um garoto que não existe; e, finalizando, certo dia encontra nos fundos do pátio, um filhote de tigre de olhos azuis. A própria narrativa escolhe não afirmar se sua imaginação inventa o que não existe ou se a infância tem, na verdade, acesso a um território mágico que se torna interdito na vida adulta. Quando cresce e consegue driblar o desamor materno e o defeito físico, Dôda se torna vulnerável a um golpe que o leitor parece imaginar bem antes dela – a senhora dos mistérios não vê mistérios onde deveria.
Neste O tigre na sombra, Lya é fiel ao seu universo de mistério e dramas humanos muito reais que, de uma forma ou de outra, atingem todos nós. Os difíceis relacionamentos amorosos e familiares são o chão sobre o qual suas personagens caminham. O duelo entre vida e morte subjaz a todos os outros temas.
O mundo do espelho é lugar da liberdade e da poesia. O avesso real é decepção, tragédia, ruptura, caminho inevitável na busca de identidade de Dôda, a menina que se faz mulher.
“Talvez eu não precise saber o que fazer. Talvez não haja nada para ser entendido. O mar vai e vem, e vem e vai, e no seu tumulto permanece, enquanto nós humanos lutamos, queremos descobrir, achamos que sabemos – e a um embate de água e espuma tudo se desmancha como se nem tivesse existido. Castelos de areia, bichos formados com conchas e ilusão. Como dizia a minha Vovinha, isso de realidade é bobagem: cada um inventa a sua, o avesso pode ser o certo, no espelho pode estar a vida, e tudo aqui fora ser um sonho”. Lya Luft
Equipe do site
01.02.2012
Autor: José Tolentino Mendonça
Editora: Paulinas
Apenas sei que caminho
Como quem é olhado, amado e conhecido
E por isso em cada gesto ponho
Solenidade e risco.
(Sophia de Mello Breyner e Andresen)
Este livro faz parte de uma coleção lançada pelas Edições Paulinas em Portugal. O autor e coordenador da coleção é padre e poeta português, teólogo e diretor do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura de Portugal.
Pe. José Tolentino toca com delicadeza e leveza em temas “caros” para a espiritualidade cristã: a busca interior, a solidão, o desejo do amor e da felicidade... Tece uma narrativa poética, profunda e lembra que somos peregrinos, dimensão esquecida no cotidiano, mas tão importante para a existência e a fé cristã.
Escrito de maneira saborosa, o livro é um diálogo do cristianismo com a cultura atual. Bebe da fonte da literatura, da poesia, da teologia e da Bíblia. Recupera em nós a “confiança básica” no amor de Deus, a fé e a esperança.
Uma surpresa e alegria ver a publicação também no Brasil. Espero que da coleção toda.
Lucimara Trevizan
Equipe do site
01.12.2012
Autor: Manuel Hurtado
Editora: Paulinas
Nas últimas décadas, a reflexão teológica debruçou-se sobre a problemática da religião e das religiões. A explosão religiosa destes tempos pós-modernos fez aflorarem desde movimentos religiosos vagos, espiritualistas, com toques místicos, até tradições religiosas nativas deste continente ou vindas do Oriente e/ou da África.
A teologia cristã não poderia ficar indiferente a essa nova situação. O teólogo protestante inglês John Hick e os teólogos católicos Aloisius Pieris, Paul Knitter, Jacques Dupuis e Claude Geffré dedicaram estudos especiais a tão delicada temática, alargando os horizontes do diálogo. Afastaram-se tanto do exclusivismo católico tradicional, que interpretava quase literalmente o Extra ecclesiam nulla salus, como de certas formas inclusivistas, para adotar diferentes expressões pluralistas.
Este livro enfrenta precisamente tal tema, consciente de que este é extremamente atual e espinhoso. Ele situa-se entre os dois extremos da rigidez dogmática: aquele que evita todo diálogo com as outras religiões, desconhecendo-as como verdadeiras mediações de salvação, e o viés do pluralismo, que afirma serem todas as religiões igualmente salvíficas. Seu enfoque do problema privilegia o mistério da Encarnação, e visa explicitar a fé cristã de maneira intelectualmente honesta, em face das questões levantadas pelas demais religiões.
A honestidade não nos permite desconhecer a seriedade do problema, mas também não nos leva a demitir-nos de dar razão esclarecida da própria fé cristã, cristológica. Daí surge necessariamente a tarefa de repensar a teologia, trazendo-lhe novidades. Se a teologia permanecesse totalmente a mesma, não teria havido diálogo nem abertura. Mas também, se abdicasse de sua identidade e originalidade, haveria somente conversão e não encontro dialógico. Entre esses dois extremos passeia a reflexão teológica de Manuel Hurtado, ao se confrontar com as perspectivas de pluralismo religioso dos teólogos escolhidos para este diálogo.
O ponto fulcral desta reflexão assenta-se na cristologia, e particularmente na Encarnação. Trata-se menos de teologia do diálogo inter-religioso e antes de teologia cristã das religiões. O que importa aqui é que a fé cristã se exprima a si mesma diante do mistério da pluralidade das religiões. O primeiro destinatário não se localiza nas fronteiras das outras religiões, mas no interior da fé cristã, quando ele se debate com a pluralidade das religiões. A obra responde, portanto, à proposta anselmiana da fé que busca inteligência. Dessa forma, o autor evita entrar na perspectiva dos que pretendem sondar os desígnios de Deus com respeito ao mistério da pluralidade das religiões, ao levantar a suspeita de que tal pretensão excede os limites do teologar humano.
Equipe do site
15.11.2012
Autor: Marco Heleno Barreto
Os textos reunidos neste livro abordam o pensamento de Carl Gustav Jung a partir de uma perspectiva filosófica, visando ultrapassar o nível da mera apresentação das ideias do psicólogo suíço, para fazer vir à luz alguns de seus aspectos e suas articulações fundamentais. Assim, são expostos o estatuto epistêmico da Psicologia Analítica, sua relação com a sabedoria prática filosófica antiga, a dimensão ética essencial que a define, sua inserção na experiência da modernidade, bem como alguns problemas relacionados à concepção de Jung acerca da experiência religiosa.
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01.11.2012
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